Mamulengo Flor do Cafezal

O coletivo Mamulengo Flor do Cafezal surgiu dos experimentos artísticos realizados dentro do Ponto de Cultura Tulha Cultural e suas ações cênicas refletem uma pesquisa aprofundada sobre a tradição do mamulengo, gênero de teatros de boneco popular. Essa manifestação tem grande importância no tecido cultural brasileiro, sendo reconhecido pelo IPHAN como patrimônio imaterial.

De quantas maneiras podemos nos relacionar com a natureza? Acreditando na fertilidade do diálogo entre arte e meio ambiente, o Mamulengo Flor do Cafezal pesquisa a criação de atividades artísticas na zona rural. Nasce a partir dos experimentos artísticos realizados no Ponto de Cultura Tulha Cultural e da pesquisa profunda sobre a tradição do mamulengo, gênero de teatros de boneco popular de grande importância no tecido cultural brasileiro, reconhecido pelo IPHAN como patrimônio imaterial.

Todas as obras do coletivo possuem classificação livre e são indicadas para toda a família. De forma leve, descontraída e divertida, os espetáculos estimulam o público a refletir sobre questões pertinentes de nossa atualidade, tais como a sustentabilidade ambiental, as desigualdades sociais e os relacionamentos humanos. 

O Mamulengo Flor do Cafezal é herdeiro das tradições populares e possui uma abordagem contemporânea em suas criações. As características fundamentais da tradição são mantidas em todos os espetáculos: a estética da brincadeira, os personagens típicos, a linguagem coloquial, a alegria como objetivo, a presença de cenas curtas com jogos clássicos de palhaçaria, a dramaturgia atualizada ao contexto do público, a presença da música ao vivo e diálogos improvisados através da interação dos bonecos com a platéia e com os músicos. Ao mesmo tempo traz um olhar de vanguarda, reflexo dos resultados das diversas pesquisas realizadas pelos artistas nos campos artístico, social e ambiental. 

O grupo, composto por Vitor Ribeiro, Carolina Garcia e Aline Moraes, possui quatro trabalhos teatrais em seu repertório (interessante colocar os nome aqui). Atualmente está em processo de montagem de um novo espetáculo, além de desenvolver diversas ações pedagógicas.

Histórico

O Mamulengo Flor do Cafezal surgiu à partir dos resultados das pesquisas que relacionam a arte com o meio ambiente. Neste caminho de diálogos ecológicos, o acontecimento teatral se torna invariavelmente afetado. Em busca de desenvolver a sensibilização ecológica do acontecimento teatral, o grupo realiza sua primeira circulação em meio à floresta amazônica junto às comunidades indígenas. Solidificando e delimitando o seu trabalho junto ao meio ambiente que o circunda. A partir dessa experiência Vitor Ribeiro, fundador do grupo, escreve o artigo “Teatro com a Floresta: um trajeto” publicado pela “Móin-Móin - Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas”.

Continuando sua pesquisa o grupo volta sua atividade artística ao meio rural, habitando a zona rural cafeeira do sul de Minas Gerais, no município de Guaxupé. Nesse caminho, a pesquisa por tradições regionais como o terço de São Gonçalo e a Folia de Reis se aprofunda e se funde ao mamulengo.

Tendo sua sede física localizada dentro da Fazenda Tulha, consequentemente a noção de agricultura é potencializada, sendo vista não somente como o cultivo das plantas, mas também como uma rede de experiências humanas que surge ao redor das plantas. Cultiva-se o meio ambiente ao mesmo tempo em que se é cultivado por ele. Vincula-se a produção artística à qualidade ambiental, para que esta promova a qualidade de vida.

Atualmente, o grupo composto por Vitor Ribeiro, Carolina Garcia e Aline Moraes, possui 4 trabalhos teatrais de repertório e 1 em processo de montagem. Voltados à espaços públicos e democráticos, “O Bicho, O Pinheiro e a Festa”, “O Agricultor e a Floresta” e o “O Sumiço do Presépio” são três espetáculos de teatro de boneco de luva referenciados no Mamulengo. “Peixe Grande” é um teatro em miniatura, em formato de caixa de Lambe-Lambe com uma dramaturgia amazônica. “Êxodo”, em processo de montagem, é fruto da pesquisa entre o encontro das técnicas tradicionais de teatro de bonecos de luva e a técnica de Corpo Percurso.

Os resultados das pesquisas realizadas pelo Mamulengo Flor do Cafezal também são compartilhados com o público através das oficinas e ações artísticas-pedagógicas, realizadas por seus integrantes.

Núcleo do Coletivo

Vitor Ribeiro

Brincante, dançarino, mamulengueiro, ator e diretor, criador do Coletivo Peabir Teatro (2013 - 2016), de Florianópolis - SC, também compôs grupo Tropa Mamulungu (2018 - 2019), Rio Branco - AC, e o Grupo Cyathus Teatro de Animação, Nova Veneza - SC, sendo ator, músico e dramaturgo. Atualmente compõe o Mamulengo Flor do Cafezal administra o ponto de cultura “Tulha Cultural”, onde elabora projetos culturais junto às comunidades rurais Guaxupé - MG. É licenciado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Acre (2018 - 2020) e graduado em agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006 - 2012).

Carolina Garcia

Atriz-marionetista, investigadora do movimento,, diretora e gestora cultural. É licenciada em Artes Cênicas pelo DAD-UFRGS, pós-graduada como Especialista em Economia da Cultura pelo PPGE-UFRGS e formada pelo Método Feldenkrais (Formação Internacional Training Brasil 2015/2018). Fundadora, curadora e gestora do Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo/RS (associação sem fins lucrativos) desde 2010. Co-gestora e curadora cultural da Fazenda Tulha - agricultura criativa/MG-SP. É coordenadora das atividades de intercâmbio e formação do Festival Cena Brasil Internacional desde 2013. Integrante da equipe de gestão da Escolinha de Arte do Brasil/ RJ.

Inicia sua carreira em 1994 e ao longo de sua trajetória artística, já participou de diversos festivais nacionais e internacionais de teatro e apresentando e produzindo espetáculos e ministrando vivências e workshops. Desenvolvendo a pesquisa Corpo Percurso desde 2020. Representou o Brasil no Festival de Teatro de Edimburgo e Ano Brasil/Portugal e 2013, Festival de Avignon e Ano Brasil /Uruguay em 2015. Como pesquisadora foi selecionada para projeto de estudos no Théâtre Du Mouvement e Micadanse (Paris) em 2014, e foi a artista brasileira selecionada pelo Conselho de Arts do Canadá para participar da “Résidence Cróisée” em Montreal/Canadá onde ministrou Master Class na UAQM e participou do Festival de Castelier em 2017. Selecionada para a mostra IN do Festival Mondial des Marionnette de Charleville Meziere/ França em 2023.

Os espetáculos

O Sumiço do Presépio

O espetáculo O Sumiço do Presépio é um teatro de bonecos popular gerado dentro do universo das Folias de Reis do Sul de Minas Gerais. O coroinha de uma pequena igreja do interior ajeita o presépio para o dia de Reis, mas misteriosamente ele é roubado. Quando nem as autoridades terrestres dão conta do sumiço, nosso corajoso coroinha enfrenta a situação e vence o ladrão dos ladrões.

Duração: 30 a 50 minutos

Público-Alvo: Toda a família 

Classificação indicativa: Livre

O Bicho o Pinheiro e a Festa

O espetáculo "O Bicho, o Pinheiro e a Festa” é um teatro de bonecos de luva, e inclui o público e a música de forma ativa durante sua apresentação.

O espetáculo conta a história de uma comunidade interiorana envolvida na “Festa do Pinheiro”, mas um bicho misterioso que pode colocar tudo a perder. A salvação surge das florestas, morada de Baltazar, nosso herói insubordinado.

Duração: 30 a 50 minutos

Público-Alvo: Toda a família 

Classificação indicativa: Livre

O Agricultor e a Floresta

O espetáculo O Agricultor e a Floresta surge da intersecção entre o teatro de bonecos popular e a agricultura. Conta à história de Tiãozinho, um agricultor que dedica sua vida ao cultivo dos cafeeiros. Quando uma praga misteriosa aparece! As autoridades partem para o combate “frente a frente”, mas a praga é mais forte que suas armas. Desolado, Tiãozinho vai à casa de um índio velho, do povo Huni kuin que revela a solução para o conflito.

Duração: 30 a 50 minutos

Público-Alvo: Toda a família 

Classificação indicativa: Livre 

Brincadeira com a Morte

Performance com boneco de luva, onde corpo e boneco dialogam em jogo cênico. A morte chega no terreiro para a brincadeira renascer!

Peixe Grande: teatro lambe-lambe

O espetáculo Peixe Grande é um teatro lambe lambe, modalidade genuinamente brasileira, onde formas animadas encenam a apresentação dentro de uma caixa. O lambe-lambe proporciona um encontro íntimo entre ator e público. O público, composto por três pessoas no máximo, observa a obra de fora, por um buraco de onde presencia a cena. 

Peixe Grande traz uma abordagem da relação do homem com o ambiente amazônico. Retrata o cotidiano ribeirinho e sua paisagem, revelando as aventuras de um pescador com os seres do rio.

Duração: 03 minutos. *As apresentações são sequenciais para o público presente 

Público-Alvo: Toda a família 

Classificação indicativa: Livre

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